quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Um mergulho

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Nada me cansa no rio ou no mar

Não tenho para onde voltar

Mas meu olhar está perdido na busca de tua imagem

No rio

Aprender com palavras sinceras as histórias daqui

Passear na superfície do espelho refletindo o fundo

Do céu

esperar o mergulho

Respirar com os botos a cada subida

Purificando a alma da poluição

Correndo em veias

E em veios

Como doem os ossos

Vem de dentro

da floresta

Com os peixes pra cima

É tempo de reprodução

cortas ao meio o meu coração e o da cidade

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E quando invades casas

Procurando largo abrigo

Sofro com tua pequena poesia

A inocência dos premeditados

Não tens calado

Escuto o silencio de tua ausência

Correndo

Caindo

Gota a gota rumo a foz

E a menina que espera

Cresce e a inocência

Vira intolerância

Pois é triste não ter mais com quem brincar no rio

todas as lembranças serão reencontro

Toda curva o mesmo lugar

Cada margem

Um outro lado

as lágrimas

Escorrem pelo esgoto do mercado

E no fundo sinto a lama que me prende

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E já não posso andar

Nadar

Voar

Quero dormir

Acordar do encanto

há tempo de partir

outro porto

a vida como o rio é bela

navegar...

Até a vista...

As sereias voltaram a cantar...

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26 de novembro de 2008.

Silvio Margarido

Fotografias de Talita Oliveira

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